A busca por soluções inovadoras para a agricultura brasileira ganhou destaque no XXIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, realizado em Florianópolis, SC, entre 30 de julho e 4 de agosto de 2023. O evento reuniu especialistas de todo o país e abordou temas cruciais para o setor, como calagem e adubação, com o objetivo de impulsionar a eficiência produtiva e a sustentabilidade no campo.

Um dos momentos mais relevantes do congresso foi o painel Sistemas de Recomendação de Calagem e Adubação em Sistemas de Cultivo: Presente e Futuro. As apresentações trouxeram à tona desafios e oportunidades para o setor. O Prof. Dr. Leandro Souza da Silva abordou o tema Demandas Futuras para Melhorar os Sistemas de Recomendação em Sistemas de Cultivo, enquanto o Prof. Dr. Luciano Colpo Gatiboni apresentou o caso norte-americano com a palestra Esforços para a Unificação das Recomendações de Fertilizantes para os Estados Unidos: The Fertilizer Recommendation Support Tool (FRST). A moderação ficou por conta do Prof. Dr. Cledimar Rogério Lourenzi, que conduziu o debate.

As discussões que se desenrolaram durante e após o evento revelaram um consenso entre os especialistas: a necessidade urgente de harmonizar os sistemas de recomendação de fertilidade no Brasil. Embora os sistemas atuais levem em consideração as particularidades regionais do país, como variações de paisagem e sistemas de produção, há divergências conceituais e interpretativas que comprometem a eficiência e geram perdas significativas para as cadeias produtivas.

“Essas diferenças, que inicialmente buscavam atender às especificidades regionais, acabam criando obstáculos para a implementação de práticas agrícolas mais eficazes”, destacaram os associados da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo durante o evento.

O tema reforçou a urgência de uma abordagem integrada, que alinhe ciência, tecnologia e práticas agrícolas em prol de maior produtividade e sustentabilidade. A harmonização dos sistemas de recomendação pode ser o primeiro passo para superar os entraves que limitam o potencial da agricultura brasileira e colocar o país na vanguarda da ciência do solo global.