Meninas e Mulheres na Computação: um pacto para redução das disparidades de gênero e a universalização das recomendações de calagem e adubação no Brasil

Meninas na Ciência do Solo

O projeto integra meninas e mulheres à computação aplicada às ciências agrárias, com foco na criação de um banco de dados sobre calagem e adubação. Capacita professores, oferece mentoria, promove imersões em gênero e saúde, e realiza ações de divulgação científica. Com 7 pesquisadores, 3 colaboradores e 30 bolsistas de todas as regiões do Brasil, desenvolve competências técnicas, fomenta a equidade de gênero e disponibiliza recursos acessíveis para a popularização da ciência.

Metas e resultados esperados

Qualificar trinta meninas da educação básica em utilização de banco de dados relacional (MySQL)

Resultado Esperado:

Meninas qualificadas e aptas a aplicar habilidades em criação de banco de dados, promovendo uma base técnica para futuras oportunidades educativas e profissionais
em tecnologia

Qualificar nove graduandas em utilização de banco de dados relacional (MySQL)

Resultado Esperado:

Graduandas capacitadas com competências técnicas em criação de banco de dados, preparadas para aplicar esses conhecimentos em suas áreas de estudo e futuras carreiras profissionais.

Qualificar seis professoras da educação básica em utilização de banco de dados relacional (MySQL)

Resultado Esperado:

Professoras equipadas com conhecimentos e habilidades em criação de banco de dados, capazes de integrar essa tecnologia ao currículo escolar e fomentar o interesse de mais estudantes pela computação

Banco de dados relacional dos em sistemas de recomendação de calagem e adubação adotados no Brasil

Resultado Esperado:

Disponibilização de um banco de dados online, livre e acessível, que oferece informações cruciais sobre calagem e adubação, servindo como recurso educativo e prático para técnicos, produtores agrícolas e a comunidade científica.

Cronograma de atividades

Descubra a jornada inspiradora do projeto Meninas na Ciência do Solo, destacando marcos importantes e conquistas ao longo dos anos.

Atividade 1

Sistemas de recomendação de calagem e adubação para diferentes culturas em diferentes regiões do Brasil

Essa atividade será desenvolvida de forma contínua durante os seis semestres de execução do projeto, com o objetivo de criação e disponibilizar de banco de dados sobre adubação e calagem das culturas
cultivadas no Brasil

Atividade 2

Capacitação para os(as) professores(a) de Ensino Fundamental e Ensino Médio na área de computação e tecnologia

Atividade a ser desenvolvida nos segundo, quarto e sexto semestre do projeto, terá como objetivo capacitar professores do Ensino Fundamental e Médio nas áreas de computação e tecnologia, com foco em dois componentes essenciais: o gerenciamento de bancos de dados e a programação.

Atividade 3

Mentoria para professoras e alunas do Ensino Médio e da Graduação, para orientação pessoal, profissional e acompanhamento das atividades

Essa atividade será realizada de forma contínua, durante os seis semestres do projeto, e envolverá pesquisadores e participantes, com o objetiv o de acompanhar o desenvolvimento e desempenho das participantes ao longo do projeto,  buscando soluções para as dificuldades apresentadas, o incentivo ao protagonismo e o comprometimento.

Atividade 4

Seminário de Acompanhamento

Atividade a ser realizada nos segundo, quarto e sexto semestre de execução do projeto, os seminários terão foco
nas atividades realizadas, dificuldades encontradas, resultados parciais e planejamento das atividades
futuras.

Atividade 5

Imersão em questões de gênero feminino, relações étnico-raciais e saúde

Encontros a serem realizados nos segundo, quarto e sexto semestre de execução do projeto, direcionados as bolsistas do projeto e conduzidos por especialistas nas temáticas, abordando temas como prevenção da violência, incluindo a doméstica, assédio moral e sexual, racismo, bem como orientar sobre formas de denúncia e combate, e sobre saúde reprodutiva

Atividade 6

Ações de divulgação científica.

Essa atividade será desenvolvida de forma contínua durante os seis semestres de execução do projeto, consistindo de ações de divulgação do projeto, com foco nos bolsistas, as quais deverão relatar sua trajetória e o papel da ciência na transformação social. Estas ações ocorrerão nas comunidades escolares, programas de comunicação e/ou redes sociais.

Conheça um pouco sobre as mulheres na SBCS

A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), reconhecida como a mais antiga, maior e mais influente entidade científica na área de Ciências Agrárias no Brasil, tem sido palco de avanços impulsionados pela participação feminina. As mulheres têm assumido um papel de destaque em diversas iniciativas inovadoras, contribuindo significativamente para o fortalecimento e a modernização da ciência do solo no país. Seja na liderança de projetos, na produção científica ou na organização de eventos, elas têm demonstrado excelência e visão transformadora, reforçando o compromisso da SBCS com a equidade e o progresso científico.

Em 2023, a professora Maria Eugênia Ortiz Escobar, do Departamento de Ciências do Solo da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi eleita presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), tornando-se a quarta mulher a ocupar esse cargo. Sua eleição é histórica, pois é a primeira vez que a presidência da SBCS é assumida por uma representante de fora das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Antes de sua eleição, a professora Maria Eugênia atuou como diretora do Núcleo Regional Nordeste da SBCS em dois mandatos consecutivos, de 2019 a 2023.
A produção científica da professora Maria Eugênia tem grande relevância, especialmente no campo da qualidade do solo e da química ambiental. Suas pesquisas têm abordado o impacto de práticas agrícolas e ambientais nos solos tropicais, contribuindo para estratégias de manejo sustentável.
Sua atuação destaca a crescente participação feminina e a representatividade na liderança científica nacional

O projeto “Perfis de Solos Divertidos” é uma iniciativa inovadora que visa ilustrar, de maneira lúdica e criativa, os diferentes tipos de solos do Brasil e do mundo, destacando suas características principais por meio de personagens cativantes. Idealizado em 2013 pelas professora Adriana Ribon, da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e pela professora Adriana Meira, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o projeto tem como objetivo facilitar o ensino da ciência do solo para estudantes da educação básica, tornando o aprendizado mais acessível e envolvente

A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) reafirma seu compromisso com a abrangência e a valorização dos diversos biomas brasileiros ao fortalecer sua presença na Amazônia por meio de três núcleos regionais. A criação do Núcleo Regional Noroeste, consolidada durante a gestão da professora Fátima Maria de Souza Moreira, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), marca um importante avanço para a SBCS, ampliando a atuação científica e educativa na região.
A professora Fátima Moreira é uma das mais renomadas cientistas na área de biologia do solo no Brasil, com contribuições significativas para o avanço do conhecimento sobre a diversidade microbiana e suas interações com os solos tropicais. Sua trajetória acadêmica é marcada por estudos inovadores sobre fixação biológica de nitrogênio e sustentabilidade agrícola, os quais têm impacto direto na conservação e manejo sustentável dos recursos naturais. Como pesquisadora, tem se dedicado a integrar ciência, educação e políticas públicas, promovendo a valorização da biologia do solo como pilar essencial para a saúde ambiental e a segurança alimentar.

A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) tem demonstrado uma postura inovadora e propositiva ao promover a participação feminina em suas atividades. Um exemplo notável é a trajetória de Karina Thaís Lima Burity, engenheira agrônoma formada em 2019 e atualmente doutoranda em Agronomia (Ciências do Solo) pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Durante sua graduação, Karina atuou como bolsista de iniciação científica na Embrapa Rondônia, contribuindo para projetos de plantio direto na Amazônia. Posteriormente, assumiu funções de liderança no Núcleo Regional Noroeste da SBCS, incluindo a coordenação da divisão Solo e Ambiente em 2017 e a secretaria do núcleo entre 2017 e 2019. Sua eleição como diretora do Núcleo Regional Noroeste, abrangendo os estados do Acre e Rondônia, destaca a confiança da SBCS em jovens talentos femininos para cargos de liderança. A atuação de Karina reflete o compromisso da SBCS em integrar mulheres e jovens profissionais em sua estrutura, fortalecendo a diversidade e a inovação na ciência do solo no Brasil

A professora Lúcia Helena Cunha dos Anjos, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), presidiu a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) de 2019 a 2023. Durante sua gestão, destacou-se pela implementação de ações e políticas afirmativas, promovendo maior inclusão e diversidade na comunidade científica. Sob sua liderança, a SBCS ampliou iniciativas de divulgação científica, como a realização de lives e eventos online, democratizando o acesso ao conhecimento em ciência do solo e fortalecendo a participação de diferentes grupos sociais. Além disso, a professora Lúcia Anjos contribuiu para a valorização da biodiversidade do solo e para o desenvolvimento de plataformas tecnológicas, como o PronaSolos, reforçando o compromisso da SBCS com a equidade e a inovação científica.

Seu impacto na ciência é também refletido em seu índice H elevado, que quantifica a produtividade e o impacto de suas publicações científicas.
Sua liderança e excelência científica não apenas abriram caminhos para futuras gerações de mulheres na ciência do solo, mas também posicionaram o Brasil como referência mundial em pesquisas sobre microbiologia agrícola e sustentabilidade.

A engenheira agrônoma Dra. Mariangela Hungria da Cunha, pesquisadora da Embrapa Soja, fez história ao se tornar a primeira mulher a presidir a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) durante o biênio 2001-2003. Sua eleição representou um marco significativo na promoção da igualdade de gênero dentro da comunidade científica brasileira.
Com uma carreira dedicada à microbiologia do solo, Hungria é reconhecida mundialmente por suas contribuições à fixação biológica do nitrogênio, uma tecnologia que permite à soja tropical dispensar o uso de fertilizantes químicos nitrogenados, resultando em economias anuais estimadas em cerca de US$ 40 bilhões para o Brasil. Seu trabalho tem sido fundamental para o desenvolvimento de bioinsumos, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e ecologicamente corretas.
A relevância de sua produção científica é evidenciada por sua inclusão entre os cientistas mais influentes do mundo, de acordo com estudo da Universidade de Stanford.
Além disso, Hungria é a única pesquisadora da América do Sul a figurar entre os 100 principais cientistas em Fitotecnia e Agronomia, conforme ranking do portal acadêmico Research.com.